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domingo, 25 de novembro de 2012

Percepção

Wow! Quanto tempo não escrevo por aqui... A verdade é que essa é uma particularidade minha e eu só consigo escrever quando realmente estou sentindo algo que esteja me sufocando, e eu preciso colocar isso pra fora de alguma forma. Então eu abro essa página de formatação simples de texto e debulho tudo o que eu to sentindo (onde na maioria das vezes me perco).
Fato é que, se eu soubesse que 'se perder' era só uma forma de expressão aonde a gente resume quando tenta escrever um texto, e não quando a gente senta na janela de casa e assiste o entardecer, eu estaria mais tranquila.
Digo isso porque fiz isso pelo menos umas três vezes essa semana. Abri uma pasta perdida qualquer de músicas favoritas, sentei na janela e fiquei observando o tempo passar. E ali eu não pensei em nada. Eu desliguei todos os meus pensamentos naquela meia hora que fiquei sentada, e percebi como é que eu tenho tratado a minha vida nesses últimos longos e intermináveis meses. Eu tenho sentado na janela e observado a vida passar, sem pensar, sem questionar, deixando ela ser guiada pelo som de uma música qualquer. E posso confessar? O pensamento que tive quando fechei a janela em um desses dias essa semana, foi que percebi o que estava fazendo com a minha vida, tive ali aquela sensação de tempo perdido.
Tempo perdido por tantas coisas, mas no fundo sei que apenas duas coisas me deixaram congeladas esse ano. E insistir nessas coisas, no fundo só me dá a mesma sensação de janela fechada, se é que posso chamar isso de insistir... Pra mim, eu estou na verdade apenas batendo na mesma tecla teimosamente acreditando que se uma hora der certo eu vou ser feliz. Como se o resto da minha vida dependesse de uma profissão sem expectativas e de um cara dizendo que quer ter outra noite como aquela.

As vezes eu acho que no fundo eu não sinto nada disso, como se eu usasse essas duas desculpas só pra deixar a minha vida com uma espécie de pretensão. Porque no fundo, eu acho que essas duas coisas que poderiam me deixar felizes, são aquelas as quais mais me fazem mal... Mas a vida não é um jogo cheio de armadilhas como a vida de Blair Wardolf. E quem me dera se fosse... Assim como não posso acordar todos os dias acreditando que o Chuck Bass é o cara pelo qual eu me apaixonei esse ano. Ah se a vida fosse um seriado americano...
É realmente muito complicado querer expor o que você tá sentindo, quando o que você está sentindo é nada. Mas eu tento... Assim como tento enxergar as teclas do notebook pra terminar de escrever esse texto. Porque mesmo que sem querer, comecei a escrever esse texto no entardecer da mesma forma que percebi o que eu tava fazendo com a minha vida essa semana. Mas hoje eu não tive vontade de sentar na janela e pensar em nada, porque tá frio e chovendo... E tá ficando cada vez mais difícil achar os acentos desse teclado. Metáforas que se encaixam muito bem na conclusão de tudo...
Sabe, as vezes eu me pergunto quando eu vou ter coragem de levantar dessa cama e enfrentar o mundo ao invés de ficar me lamentando ou fazendo conclusões idiotas sobre a minha vida. Porque saber o que eu estou fazendo com ela não é de hoje que eu sei, mas a coragem de mudar tudo deve estar perdida por ai em algum lugar. Talvez em uma oportunidade de emprego diferente, ou em um beijo mais caloroso de outra pessoa.
Enquanto isso, eu deixo as pessoas pensarem que eu estou saindo todos os dias pra fazer aquilo que amo, e que elas pensem que as horas que passei com um outro alguém foi tudo o que não saiu da minha cabeça.
No fundo eu acho que a gente se preocupa demais com o a grama verde do jardim do vizinho e se ele está com inveja da cor do nosso. Quando na verdade, nós só deveríamos nos preocupar com o que é nosso... E bom, o que é meu está passando pela janela e eu não consigo mudar.


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