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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Insistir no erro...

Ao longo dos meus vinte e dois anos gostei de muitos caras, digo... meninos. Me apaixonei pelos mais diversos estilos, dos quatro anos mais novos aos alguns cinco mais velhos. Sempre soube superar a perda de uma forma que nunca achei que seria capaz... Supero me apaixonando de novo, e isso acaba virando um espécie de ciclo que nunca acaba.
Esse ciclo dura poucas semanas, pois acredito que não sou do tipo que insiste muito em uma coisa quando ela parece não dar certo. E eu sempre fui assim, desde a época da minha pré-adolescência... A aparência nunca me ajudou muito, e nem meu jeito de moleque... Mas era tudo tão mais fácil.
Eu passava dias com aquela queimação ao ver ou ouvir o nome dele. Não durava mais que duas semanas até eu lançar o que estava acontecendo, e se o cara não queria nada eu passava a tarde ouvindo músicas tristes mas na manhã seguinte já estava em outra.
Tenho feito isso desde que tive meu primeiro paquerinha, arrisco em dizer que tinha uns três anos de idade. E mesmo quase vinte anos depois, tão madura e resolvida a ponto de poder fazer isso tão bem quanto fazia quando era uma moleca, estou redescobrindo o termo 'se arrastar por um cara' como não fazia desde a época do colégio.
Com o passar dos anos, apesar de saber o quanto ainda sou jovem, a gente acaba colocando em uma balança o que vale e o que não vale a pena. Eu gostaria de ser menos intensa e só pensar no dia de hoje, mas é inevitável pensar 'e se a gente der certo, como vai ser?'. E sempre que penso nisso eu sei que 'não vai ser'.
Carência é mesmo um bichinho teimoso que faz a gente achar em qualquer brecha um sentimento que não existe. E só quem já teve alguns relacionamentos conturbados como eu sabe que o término de um relacionamento é muito mais do que isso, é como deixar de carregar uma tonelada de coisas em cima de você e começar a flutuar em questão de dias... Não ter com o que se preocupar, aonde está, como está, com quem está. Dever favores, fazer, pedir, chorar, aquele sentimento de tensão que começa a partir do dia que você se apaixona, e o pior de todos: o medo. Por que eu estou buscando sentir isso?
Insistir em algo que você não sabe se vai dar certo é uma coisa, mas insistir em algo que você sabe que passa longe de ser aquilo que você estereotipa é quase que um suicídio interno. E ai eu me pergunto: Insistir pra quê?
Vejo sinais em lugares que não existem e carinhos que se transformam em uma declaração de amor. Vejo uma piada sem graça em uma história de amor que nunca existiu. Vejo esse sentimento destruído a um mês atrás, quando eu joguei tudo pro algo e desisti. Porque uma hora a gente cansa de se arrastar por cada 'a' que acontece, ou cada 'b' que a gente faz acontecer. Mas depois de tanto sentimento mal resolvido, ele volta pra te fazer ter certeza daquilo que eu fantasiei por alguns meses.
Acredito que minha intensidade atrapalha um pouco as coisas, mas atrapalha somente a mim (que sabe que esse sentimento existe). E eu procuro facilitar as coisas pra que os dois lados possam ficar satisfeitos com tudo... Minha sagacidade dizendo que os anos que planejei serão dias, e essa troca de mundos termina bem. Ele transformando o mundo dele no meu, e o meu no dele.
Depois disso a gente volta a viver nossas vidas aonde eu me apaixono de novo e ele só procura outra mulher como eu. E o problema talvez esteja ai: porque não existe outra como eu. Eu sou de longe o tipo que ele procura...
Eu procuro homens e encontro garotos, ele procura garotas e encontra uma mulher. Um ciclo errado de procuras e encontros aonde eu estou no meio tentando me adaptar só pra respirar fundo e dizer que consegui, mesmo que seja uma porcentagem mínima de tudo o que criei na minha cabeça.
O que eu mais me pergunto agora é se eu sei que não vai dar certo, porque eu continuo insistindo? Será que porque agora eu sei que ele quer também (mesmo que de uma forma bem distinta da minha)? Será que eu só quero tentar pra deitar a cabeça no travesseiro e brigar comigo mesmo dizendo 'eu sabia que não era isso que eu queria'? Será que é pra vir embora pra casa e ligar pra minha melhor amiga só pra ouvir 'eu te avisei'? O que é que a gente busca quando insiste em um erro? Será que é um erro? E se meu jeito conseguir mudar tudo? E se eu conseguir fazer dar certo? Até que ponto eu devo investir em algo que não tenho retorno a meses? Será que eu estou disposta a mostrar que a vida nem sempre é tão fácil? Você... O que quer de mim?
Eu sei bem o que eu quero, mas estou disposta a mudar algumas fantasias e sentimentos. Não me importo de imaginar a gente abraçadinho vendo tv por meses... em algumas horas. Não me importo de transformar nossas viagens inesquecíveis... no metro que eu vou pegar algum dia pra correr atrás de você. Não me importo em mudar nossos dias de amor... em poucas horas. Não me importo em trocar a imagem da gente andando de mão dada... por disfarces aonde ninguém pode saber. Não me importo em trocar nossos beijos explícitos... em beijos roubados no canto da casa. Não me importo em você amar meu cafuné por uma hora... do que uma vida inteira.
Não me importo em ter você só por um dia... do que nunca.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Solteira sim, sozinha também.

Ontem fui dormir pensando porque tenho que usar dois travesseiros na cama pra ocupar o espaço de alguém que nunca existiu. Fui dormir tarde com o pensamento de que nada dá certo... Eu me pergunto depois de tanto tempo, se o problema pode ser eu.
Por muito tempo andei reclamando dos homens, e da falta (ou exagero) de atitudes deles. Reclamei muito por eles serem sempre oito ou oitenta.
Digo isso porque é assim que tem funcionado pelo menos comigo... Me apaixono perdidamente e fico ali, tentando alimentar aquele amor que só existe na minha cabeça e o cara simplesmente não toma atitude. Depois conheço outro cara que logo de inicio me dá abertura pra tentar algo novo, mas a sede de relacionamento assusta ele. Ou então, conheço um outro que não me dá nem a chance de conhecer e já vem com aquele papo de chamar pra sair com segundas intensões.
São tantos tipos de homens, e seus temperamentos estranhos que as vezes eu paro e penso que o problema não são eles, e sim eu que cobro demais...
Sou fã assumida de contos de fadas e as vezes acho que isso acaba me afetando um pouco. No fim eu sei que eu nunca vou andar na faculdade, deixar meus livros caírem e o amor da minha vida vai me ajudar a recolhe-los. Sei também que ele nunca vai me levar num restaurante japonês e me pedir em casamento por um biscoito da sorte. Sei também que não nos beijaremos na chuva, que nossa história vai virar um filme ou tão pouco ter um vídeo fofo no youtube. Sei que ele sempre vai esquecer a data de aniversário do nosso namoro e que cafés da manhã na cama não existem. Eu sei de tudo isso.

Converso com amigos, parentes e todos sempre me perguntam porque eu ainda estou solteira... Eu digo que não sei e rola aquele papo de 'você está assim por opção'. Será mesmo? Seria opção deixar de dar chance pra um cara porque ele simplesmente só quer sexo com você? Seria falta de opção tentar ficar com um cara bacana e descobrir que vocês não tiveram química? Seria falta de opção se apaixonar por um cara mais novo e assustar ele? Seria falta de opção não dar bola pra caras bêbados em baladas? Será mesmo que eu que estou sendo seletiva demais? Eu acho que não.
E ai eu me pergunto de novo o que tem de errado comigo. Começo a entrar em umas paranoias de achar que eu sou feia, que eu sou chata, que eu só falo abobrinha e não sou interessante. Eu sei que o é meu está guardado e aquele papo todo, mas chega uma hora que enche o saco.
Eu não quero namorar, não estou dizendo que quero achar o homem na minha vida agora, casar e ter filhos. Eu só queria aproveitar mais um pouco, porque carência machuca... Mas eu não quero ir pra balada e suprir isso dando um beijo em um cara que eu descobri o nome a menos de meia hora. Eu não sou esse tipo de mulher...
E esse talvez seja o ponto, eu não sou mais uma garota de quinze anos que se apaixona por meninos do colégio que são mais babacas do que você possa imaginar. Essa é uma transição meio complicada, porque apesar da cara de adolescente e dos sonhos infantis, eu já passei dos 22 e a vida continua parada por aqui.
Eu queria entender se eu posso ser tudo o que um cara precisa, porque nenhum deles reconhece isso?
A vida não teria graça sem os nossos porquês, sem as nossas questões e nossos planos dando errado... Mas essa história de parar de procurar já passou faz tempo, e eu estou aqui... Sentada nessa cadeira, escrevendo esse texto, tentando ser o que eu procuro neles o alguém que eles possam encontrar em mim.