Páginas

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Da coragem, à confissão.

Esses dias me perguntei qual seria a reação dele se soubesse que pelo menos uma linha de cada texto que escrevi nesses últimos meses tem sido sobre a inspiração que ele me dá.
Já parei pra refletir os diversos tipos de sentimentos que ele é capaz de me proporcionar, mas só hoje realmente percebi do que se trata de verdade... Das alegrias, às risadas infinitas. Dos momentos em que ele me deixa sem graça, até os que ele me tira do sério. Da vez em que eu quis chorar de raiva, até os dias em que eu chorei por saudade. Do arrepio que sinto quando ouço ele falar e a vontade de querer gritar quando vejo alguma foto. Do nervoso que me dá quando vejo ele, e até meus ataques de ansiedade por estar a menos de cinco centímetros do seu corpo.
Como é que uma pessoa pode ter tanta influência sobre o seu estado de espírito, sobre as suas reações, sobre as confusões da sua mente e principalmente sobre a arritmia do seu coração? E porque quanto mais você foge disso, mais ela acontece?
Todos os dias em que eu acordo coloco na minha cabeça que eu não posso, não quero e principalmente não devo pensar nele. Me enganar... É isso que eu faço todas as manhãs. Engulo essa mentira junto com meu pingado quente que não pode faltar na mesa.
Acho que se eu juntasse todas as coisas que penso desde o dia em que nos conhecemos dava pra escrever um livro. Começaria contando sobre quando meses atrás o vi em algum lugar e gravei seu rosto... Lembro que cheguei a comentar com um dos nossos amigos em comum o quanto eu tinha gostado do que tinha visto. "Ele não faz seu tipo", esse amigo retrucou. E acho que eu nunca tinha entendido isso até então...
Ele não faz o estilo príncipe encantado, não diz o que pensa sobre mim, é cheio de meias palavras, enigmático, fechado. Ele vive no seu próprio mundo... E acho que isso é o que me deixa tão sagaz em querer descobrir tudo.
As coisas parecem cada dia mais difíceis, e então eu desisto. Vergonhosamente ou orgulhosamente, eu desisto. Simples assim. Levo as coisas do jeito mais feminista possível e resolvo me dar valor. Passam algumas semanas e por acaso do destino a gente acaba se encontrando... E é aquele sorrisinho torto que ele dá toda vez que me vê que faz meu mundo cair. Jogo tudo pro alto e vou dormir relembrando as imagens que passaram naquele dia... E mesmo que só tenhamos nos cumprimentado na hora da minha chegada e da hora em que nos despedimos, são essas duas coisas que ficam rondando na minha cabeça enquanto o sono não vem.
Tudo piorou quando parei de fantasiar o que poderia acontecer e comecei a revirar na minha mente as imagens que realmente aconteceram. Não sei se eu voltaria pra mudar algumas coisas e ser eu mesma, ou pra simplesmente viver tudo de novo. A luta entre a ilusão e a realidade tomando conta desse sentimento que há meses tenho matado e ressuscitado dentro de mim. Um ciclo sem fim.
É um entra e sai de outros pseudo-ele dentro da minha cabeça, mas nenhum consegue ser capaz de ocupar o seu lugar de verdade. Nenhum ainda que me faça sair de casa pra vê-lo; nenhum que faça eu sacrificar meu tempo pra fazer alguma coisa por ele; nenhum que faça meu coração disparar involuntariamente ao ler seu nome ou ver alguma foto sua mesmo que sem querer; nenhum que me faça evitar ouvir a faixa média desse cd só pelo fato de parecer que na verdade fui eu quem a escrevi. Nenhum que faça tudo isso, sem nem ter ideia de que esteja fazendo. E talvez essa seja toda a mágica desse sentimento: a ingenuidade dele. Todo esse redemoinho de sentimentos, todo esse vai e vem de querer tocar o coração dele, e ele sem ideia alguma que é capaz de me fazer isso.
Não sei se tenho raiva das outras mulheres (ou meninas) que estão ao redor dele, ou se simplesmente tenho dó por estarem sujeitas a sentir essa coisa inexplicável que sinto por ele.
Das indiretas, às músicas publicadas nas redes sociais. Das alfinetadas, às desculpas que tenho pra chamar ele pra conversar. Do modo em que eu sou fria quando quero evitar, às palavras carinhosas que uso pra tentar agrada-lo. Da forma em que tento parecer madura, ao jeito que eu me comporto quando penso em nós. Das mentiras que plantei todos esses meses, à realidade que eu acabei de cair. E principalmente, dessa mesma sensação que tenho quando falo com ele horas atrás, dias ou semanas... Nada muda.
Demorou mas criei coragem de dizer, ou melhor, eu acho que criei. Fato é que estou usando esse texto inteiro como desculpa pra uma coisa que eu não quero acreditar e não quero mais pensar.
Demorou mas eu entendi: estou apaixonada por ele.

Um comentário: